ID: 989
Código de Localidade: 1200401
Município: Rio Branco
Tipo de material: fotografia
Título: Regatão : Rio Branco, AC
Local: [S. l.]
Editor: [s. n.]
Ano: [19--]
Descrição física: 1 fot. : p&b
Série: Acervo dos municípios brasileiros
Notas: O Regatão é o comerciante que entra nos rios e igarapés com sua pequena embarcação carregada de miudezas, oferecendo esses produtos aos moradores dos rincões da região. Troca, mais que vende, produtos industrializados por espécies valiosas da floresta. O comerciante é reconhecido desde o século quatorze, quando batia à porta dos consumidores medievais da Europa. Mas foi somente na segunda metade século dezenove que a atividade chegou a Brasil através de jovens mascates árabes que atraídos pela economia da borracha migraram em massa para a Amazônia, onde passaram a ser chamados de Regatões. A história registra a participação dos Regatões em movimentos importantes como a Cabanagem no Pará, dos quilombolas no Maranhão, Pará e Amapá, e dos índios no Amazonas, aos quais ajudou com o transporte ou fornecimento de armas e alimentos. As transformações promovidas na Amazônia pelo Golpe Militar de 1964 também levaram os Regatões a ter um lado político, quando ficaram do lado da resistência das populações tradicionais. A partir da década de 1970, quando seringueiros, ribeirinhos e índios do Acre se mobilizaram contra a transformação dos seringais em enormes fazendas para criação de boi, o Regatão reapareceu com nova roupagem. Tinha trocado o barco e circulava por estradas lamacentas no volante de um caminhão. Como em décadas passadas, mas agora sobre rodas, o Regatão fazia sua parte: comprava a produção agrícola ou extrativista, fazia o aviamento das famílias e transportava trabalhadores para “empatar” o desmatamento. Nos dias de hoje, o Regatão continua com sua intensa atividade negociando com os índios que decidiram planejar e gerir o desenvolvimento sustentável de suas aldeias.
Disponível em: http://www.almanacre.com/2010/08/regatao-heroi-atipico-da-amazonia.html. Acesso em: maio de 2016.


Assuntos: Acre; Barcos; Comerciantes; Comércio; Rio Branco (AC)