ID: 48254
Código de Localidade: 3545209
Município: Salto
Tipo de material: fotografia
Título: Praça Antônio Vieira Tavares : Igreja Matriz Nossa Senhora Monte Serrat : Salto, SP
Local: [S. l.]
Editor: Forte
Ano: [19--]
Descrição física: 1 fot. : p&b
Série: Acervo dos municípios brasileiros
Notas: A Praça trata-se de um espaço público com 5.000 metros quadrados, arborização, floreiras, bancos e um coreto, que é utilizado para apresentações das bandas musicais da cidade.
Disponível em: http://spcidades.com.br/cidade.asp?codigo=258. Acesso em: out. 2016.
A história da cidade de Salto está intimamente ligada a da Igreja Matriz Nossa Senhora do Monte Serrat. A benção e inauguração da então pequena capela sob invocação da virgem data de 16 de Junho de 1698. A esta data foi atribuída à fundação da cidade. Os primeiros registros que remontam os primórdios da cidade datam por volta de 1690, época em que o Capitão Antônio Vieira Tavares, filho do Capitão Diogo da Costa Tavares e sua esposa Maria Leite, filha do bandeirante Manuel Borba Gato, residia no Sitio Cachoeira a uma légua de distancia da Vila de Itu. A grande distância em que ele, Capitão Vieira Tavares, sua esposa e agregados encontravam-se da vila mais próxima (uma légua) impunha grandes dificuldades para que eles cumprissem o preceito católico de participar das missas aos domingos e dias santos de guarda. Assim, no ano de 1695, aproveitando a passagem por Itu do padre Manuel da Costa Cordeiro, visitador geral e representante do bispo do Rio de Janeiro, que o Capitão Vieira Tavares enviou um ofício ao mesmo solicitando autorização para construir em seu sítio uma capela sobre invocação de Nossa Senhora do Monte Serrat. Após a aprovação, Vieira Tavares levou cerca de três anos para terminar a capela, aprovada pelo padre Manual da Costa Cordeiro e inaugurada em junho de 1698. Na data estabelecida, o sacerdote retornou ao sítio e presidiu as solenidades de benção e celebrou a Primeira Missa. Esta foi assistida por devotos vindos de Itu, pelo próprio Capitão Vieira Tavares, sua esposa Maria Leite, seus parentes, amigos, escravos e índios que habitavam a região. Em setembro de 1698 aconteceu a primeira “Festa da Padroeira do Salto”, em que muitos devotos da vila de Itu compareceram para prestar suas homenagens à Virgem. Nos dois anos seguintes, a festa teve grande crescimento de público. Desejando e acreditando que esta se perpetuaria através dos anos e dos séculos, Capitão Vieira Tavares e sua esposa Maria Leite, receberam, no dia 11 de dezembro de 1700 e hospedaram em sua casa o tabelião comissionado Antônio Machado Passos. O motivo era lavrar uma escritura, na qual se fazia a doação da Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat e o Sítio Cachoeira para a Capela da Vila de Itu. O Padre Vigário da Vila de Itu, Miguel Dias Ferreira, aceitou a doação. Assim como previu o Capitão Tavares, a Festa do Salto tornou-se tradição e todos os dias oito de setembro, fiéis das vilas próximas iam até o pequeno povoado para festejar a padroeira. A devoção em torno da imagem aumentava sempre nas épocas de estiagem, quando novenas e tríduos eram feitos em busca da intercessão de Nossa Senhora do Monte Serrat. Somente no ano de 1856, quando a capela já apresentava as marcas deixadas pelas eras, que a então Freguesia de Salto viu surgir a sua Primeira Irmandade. Como nome de “Restauradora do Culto a Capela da Virgem” esta irmandade tinha a função de restaurar e cuidar da capela de Nossa Senhora do Monte Serrat. Em março de 1886, a Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat recebeu a denominação de “Freguesia” e, como tal, tinha os mesmos privilégios e deveres de uma Igreja Paroquial. Apesar do título, a paróquia não tinha um padre, sendo este nomeado no ano seguinte na figura de Padre Gomes Reis, que pouco durou e foi substituído em 1892 pelo Padre Jesuíta Bartholomeu Taddei.
A Capela construída por Capitão Vieira Tavares durou cerca de 230 anos. Em fevereiro de 1928 foi lançada a pedra fundamental da nova Matriz. Sempre que possível o povo se reunia em festas, tômbolas (uma espécie de loteria ou bingo), quermesses, etc. para arrecadar dinheiro que seria investido na construção do novo templo. Além disso, inúmeras vezes, os operários das fábricas da cidade autorizavam que seus empregadores lhes descontassem um dia de trabalho de seus ordenados em prol da construção. Com as obras bem adiantadas, em uma noite de janeiro de 1935 ocorreu um incêndio que destruiu o altar-mor e boa parte da Igreja, levando com ele a imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat. Por volta das dez horas, um transeunte reparou que o interior do templo da Igreja estava com uma estranha iluminação. Concluindo que tratava-se de um incêndio, o homem acordou a vizinhança e em pouco tempo a praça estava tomada do povo que tentava salvar o que podia da Igreja. No dia seguinte, os fiéis encontraram, em meio às cinzas, o que havia sobrado da imagem mais que centenária: parte da cabeça de Nossa Senhora, que foi guardada e hoje encontra-se no Museu da Cidade de Salto, como marca da tragédia. Em maio de 1936, a nova Matriz foi benzida e inaugurada. Ela ainda não estava totalmente pronta, porém, o povo já ansiava por ter novamente seu templo. A nova imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat ficou a cargo da mesma família responsável pela imagem perdida no incêndio, os Paula Leite. Foi o escultor Scopoli que se encarregou em esculpir a nova imagem, apresentada ao povo saltense em setembro de 1935, junto com o Hino de Nossa Senhora do Monte Serrat.
Falecido em 4 de dezembro de 1712, o Capitão Vieira Tavares, fundador de Salto, foi sepultado na Capela-Mor da igreja dos Religiosos Franciscanos da Vila de Itu. Ali ele repousou até o ano de 1981, distante do seu “Sítio Cachoeira”, quando seus restos mortais foram conduzidos de volta a terra onde, 283 anos antes, edificou a pequena Capela. Na manhã de 21 de Junho de 1981 a população de Salto preparou-se para receber de volta seu cidadão “Número Um”. Um carro de boi, como aqueles usados pelos primeiros desbravadores do país, aguardava, na entrada da cidade, a urna com os despojos do fundador. Até ali transportada por uma guarda de honra do GACAP de Itu, a urna foi solenemente entregue ao Prefeito Jesuino Rui, que a colocou no carro de boi. À frente, seguia um pequeno andor e nele uma imagem, a primeira imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat que foi colocada na Capela pelo próprio Antonio Vieira Tavares. Substituída por outra em 1797, ficou desaparecida por mais de 180 anos e ressurgiu naquele dia festivo. Os ossos do fundador foram levados até a Praça Papa João Paulo II e, na capela do Monumento à Padroeira, foram depositados em um jazigo feito com granito saltense. Junto ao jazigo foi depositada a pequena imagem da sua devoção. Atualmente, esta obra de inestimável valor histórico para a cidade está localizada no altar lateral esquerdo da Igreja Matriz Nossa Senhora do Monte Serrat, onde pode ser admirada por saltenses e visitantes. A Igreja está localizada na Praça da Bandeira, no Bairro Centro da cidade.
Disponível em: http://paroquiamonteserrat.com.br/a-paroquia/. Acesso em: out. 2016.
Disponível em: http://salto.sp.gov.br/site/?page_id=738. Acesso em: out. 2016.
Inscrição na foto: Jardim Público na Praça Antônio Vieira Tavares.
Assuntos: Capelas; Igrejas (Edifícios); Paróquias; Praças; Salto (SP); São Paulo (Estado)
Título Secundárias: Largo da Matriz