ID: 35108
Código de Localidade: 2111300
Município: São Luís
Tipo de material: fotografia
Título: [Estátua de João Lisboa : Praça João Lisboa] : Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo : São Luís, MA
Local: [S. l.]
Editor: [s. n.]
Ano: [19--]
Descrição física: 1 fot. : p&b
Série: Acervo dos municípios brasileiros
Notas: Ao aproximar-se o ano de 1912, no qual se comemoraria o centenário de nascimento de João Francisco Lisboa, os maranhenses decidiram movimentar-se no sentido de enaltecer e perpetuar a sua memória. Com esse objetivo, o deputado e escritor Viriato Correia, na sessão de 8 de abril de 1911, apresentou um projeto de lei ao Congresso Legislativo do Estado, autorizando o governo a abrir crédito necessário para a construção de uma estátua, em São Luís, em homenagem ao jornalista.
No dia 26 de abril de 1911, ocorreu a transladação dos restos mortais de João Lisboa do Cemitério Municipal para o Largo do Carmo, onde foram enterrados no centro da praça, no lugar destinado à estátua.
A cerimônia, realizada com pompa oficial, contou com a presença do governador Luis Domingues, de autoridades civis, militares e religiosas, intelectuais, sindicatos, estudantes e grande massa popular. A organização do ato cívico foi entregue à Academia Maranhense de Letras, cujo presidente, José Ribeiro do Amaral, foi o principal orador.
No centenário de nascimento de João Francisco Lisboa, em 22 de março de 1912, a estátua ainda não estava pronta. Sua inauguração só conteceu seis anos depois, em 1 de janeiro de 1918, data que assinalava os oitenta anos da publicação do primeiro número da Crônica Maranhense.
A Academia Maranhense de Letras preparou a solenidade de inauguração da estátua, que contou com a presença de Dona Maria Lisboa Airlie, filha adotiva do homenageado, acompanhada pelos netos.
Disponível em: http://www.guiasaoluis.com.br/ver.asp?pagina=2177. Acesso em: abr. 2016.
João Francisco Lisboa, jornalista, crítico, historiador, orador e político, nasceu em Pirapemas, MA, em 22 de março de 1812. É o patrono da cadeira número 18 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador José Veríssimo.
João Lisboa foi o primeiro filho do casal João Francisco de Melo Lisboa e Gerardes Rita Gonçalves Nina. Estudou as primeiras letras em São Luís, onde viveu até os onze anos, quando voltou a Pirapemas, onde viveu até completar quatorze anos. Com a morte do pai, foi enviado para a capital da Província a fim de trabalhar no comércio como caixeiro da loja do negociante Francisco Marques Rodrigues, atividade que exerceu de 1827 a 1829. Após abandonar sua ocupção como caixeiro, dedicou-se inteiramente ao estudo, sob a orientação de alguns mestres renomados, como o professor de Latim Francisco Sotero dos Reis. Depois, separados por divergências de natureza política, os dois se tornaram adversários ferrenhos.
Com a suspensão da circulação do jornal Farol Maranhense, dirigido por José Cândido de Morais, Lisboa fundou em 1832 O Brasileiro, o seu primeiro diário, cuja publicação foi interrompida com a morte de José Cândido. Fez reviver O Farol, assumindo a sua direção por dois anos. De 1834 a 1836, dirigiu o Eco do Norte, também retirado de circulação.
Lisboa passou a trabalhar na administração pública, como secretário do governo durante três anos, a que se seguiu um período de duas legislaturas como deputado provincial.
Em 20 de novembro de 1834, casou-se com Violante Luísa da Cunha, sobrinha de João Inácio da Cunha, Visconde de Alcântara. O casal não teve filhos, porém adotou uma filha de Olegário José da Cunha, que faleceu pouco depois. Outra filha de Olegário, Maria Lisboa , foi adotada pelo casal.
Em 1838, retomou o jornalismo, assumindo a direção da Crônica Maranhense, em sua fase áurea como escritor. A Crônica Maranhense era um jornal de combate, especialmente criado para defender os interesses do Partido Liberal, reproduzindo a história das lutas políticas daqueles anos. Deixou de circular em dezembro de 1840.
Durante o difícil período da Regência e da Maioridade de D. Pedro II, Lisboa defendeu, na tribuna parlamentar e na imprensa, princípios da liberdade e interesses do povo, sendo injustamente acusado de participação na Balaiada. Retirou-se temporariamente da política, dedicando-se à literatura e à advocacia. Em 1847, recusou o convite para se apresentar como candidato a deputado geral, mas aceitou a participação na Assembleia Provincial, para a qual foi eleito no ano seguinte.
Em 25 de junho de 1852, saiu o primeiro número do Jornal de Timon, folheto composto de cem páginas, inteiramente redigido por João Francisco Lisboa. Os cinco primeiros números circularam mensalmente. Somente em 1854 saíram, em volume de 416 páginas, os fascículos de 6 a 10; o 11º e o 12º saíram em março de 1858, quando o publicista residia com a família em Lisboa.
João Francisco Lisboa transferira-se em 1855, para o Rio de Janeiro, de onde, após curta permanência, partiu para Lisboa incumbido pelo Governo Imperial de coligir, em Portugal, documentos e dados elucidativos da história brasileira. Lá pesquisou também sobre a vida do Padre Antônio Vieira, para uma biografia que ficou inacabada. Após um período de intenso trabalho em arquivos portugueses, realizou uma viagem de despedida ao Maranhão, no período que vai de 5 de junho a 11 de dezembro de 1859. Nos anos que se seguiram, o estado de saúde do escritor tornou-se cada vez mais precário, e ele veio a falecer às duas horas da madrugada de 26 de abril de 1863.
Ainda naquele ano, já de volta ao Maranhão, Violante da Cunha Lisboa tomou providências para que o corpo do marido fosse trasladado de Lisboa para São Luís.Somente em 24 de maio de 1864 chegou o brigue Angélica, conduzindo a bordo os restos mortais de João Francisco Lisboa.
João Francisco Lisboa fez parte do movimento maranhense do século XIX que conferiu à capital do Maranhão o título de Atenas Brasileira. Foram seus contemporâneos Odorico Mendes, Sotero dos Reis, Joaquim Serra, Franco de Sá, Sousândrade, Antônio Henriques Leal, Cândido Mendes de Almeida e César Augusto Marques.
Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/joao-francisco-lisboa/biografia. Acesso em: abr. 2016.
Inicialmente denominada de Largo do Carmo, devido ao Convento e Igreja Nossa Senhora de Monte Carmelo, a praça está ligada a fatos históricos importantes da cidade, como a batalha entre holandeses e portugueses. Foi o local da primeira feira ou mercado da cidade, do primeiro abrigo público, e do pelourinho, destruído após a Proclamação da República.
No largo realizava-se a Festa de Santa Filomena, acontecimento de grande importância na vida da cidade. Em 1901, por meio de decreto municipal, recebeu a denominação de Praça João Lisboa em homenagem ao escritor e jornalista maranhense João Lisboa que ali residiu.
Antigamente, a Praça era o coração de São Luís, onde se reuniam intelectuais e políticos para comentar a vida da cidade e discutir arte, política e literatura. Durante este período o logradouro também ficou conhecido como Praça da Liberdade. Os bondes também transitavam pela região.
Na praça existe um grande monumento em bronze, com pedestal de mármore, erguido em homenagem a João Lisboa no ano de 1918 pelo escultor francês Jean Magrou. A estátua foi primeiramente fixada no Largo do Carmo, e depois deslocada para a atual Praça. Sob este monumento estão as cinzas do patrono da cadeira número 11 da Academia Maranhense de Letras.
Disponível em: https://passeiourbano.com/2012/03/22/praca-joao-lisboa/. Acesso em: abr. 2016.
O Convento e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo localizam-se na Praça João Lisboa, em São Luís e pertencem à Ordem dos Capuchinhos. A Igreja do Carmo, integrada ao convento é um dos templos católicos mais importantes e tradicionais da cidade. O conjunto localiza-se numa área tombada pelo IPHAN desde 1955.
Durante a invasão holandesa (1640-1644), a igreja do Carmo foi alvo de depredações pelos invasores, que inclusive danificaram suas torres e paredões. Serviu também como quartel militar para os portugueses. Durante o conflito, os religiosos mantiveram seus trabalhos de catequese de brancos e indígenas, animando-os e estimulando-os a ofender os invasores, disponibilizando o convento como abrigo para a população pobre e permitindo o abate de seu gado na região do Itaqui para alimentar a população da cidade.
Após a expulsão dos holandeses, o convento abrigou diversos órgãos, incluindo o Corpo de Artilharia e o Corpo de Polícia. Lá funcionaram as aulas régias do ensino primário e secundário, a primeira biblioteca pública do Maranhão e a primeira sede do Liceu Maranhense, inaugurado no governo de Vicente Tomás Pires de Figueiredo Camargo.
Em 27 de outubro de 1814, o convento obteve autorização para sediar aulas de ciências humanas e morais e teologia aos religiosos da ordem, além de aulas gratuitas de latim e retórica aos jovens. As aulas duraram até muito depois do período da independência. O convento foi palco de importantes acontecimentos políticos, como, no contexto da adesão do Maranhão à República, o Conde D'Eu foi vaiado por estudantes do Liceu que gritavam "Morra a monarquia e viva a República!".
Com a Proclamação da República, as igrejas foram progressivamente abandonadas, o que levou à saída dos carmelitas e à aquisição do convento e da igreja do Carmo pelos capuchinhos em 1894. Os frades então continuaram a tradição de serviços religiosos e obras sociais da igreja.
A igreja tem estilo predominantemente barroco, com fachada simétrica. Possui duas torres laterais de linhas simples encimadas por cruzes de ferro, e entre elas, um frontão triangular clássico, também encimado por uma cruz. No centro da fachada, há três janelas com balcão de ferro e abaixo destas, a entrada principal da igreja.
É provável que seus únicos elementos primitivos sejam a porta principal e a fachada, modificada pelo revestimento de azulejos recebido em 1866. O conjunto foi reformado em 1943, quando a escadaria frontal da igreja foi substituída por um adro com duas escadas laterais e parte do lado direito do convento foi demolida, reduzindo seu número de janelas. O convento atualmente conta com dois pavimentos e no andar superior, sete janelas voltadas para o largo do Carmo.
Com as reformas durante o século XX, o conjunto sofreu descaracterizações e ganhou novos espaços, como um anexo ao fundo do convento e outro à esquerda da igreja. Seu altar-mor não é original.
Existem galerias subterrâneas que ligam a Igreja à Fonte do Ribeirão, preservadas até hoje, mas fechadas à visitação pública. Outra situação que envolve a Igreja e seus moradores está relacionada à construção do Teatro Arthur Azevedo. Os frades da Ordem dos Carmelitas impediram que um templo mundano fosse erguido ao lado da Igreja. Para eles seria uma profanação. Por isso, o teatro foi construído com a frente voltada para Rua do Sol.
Disponível em: http://www.oimparcial.com.br/_conteudo/2015/09/mais/especiais/sao_luis_403_anos/180045-conheca-as-igrejas-historicas-de-sao-luis-e-seus-momentos-importantes-para-a-cidade.html. Acesso em: abr. 2016.
Assuntos: Conventos; Estátuas; Igrejas (Edifícios); Lisboa, João Francisco, 1812-1863; Maranhão; Monumentos; Praças; São Luís (MA)
Título Secundárias: Igreja do Carmo; Largo do Carmo; Praça da Liberdade