ID: 4476
Código municipal: 2614105
Município: Sertânia
Estado: Pernambuco - PE
Assuntos: Pernambuco; Sertania (PE)
Gentílico: sertaniense

Histórico: Situada às margens do rio Moxotó, em terras da antiga Fazenda Mata, a atual cidade de Sertânia, sede do município de mesmo nome, emergiu do amor da fazendeira Catarina pelo boiadeiro vitoriense Antão.
O processo de ocupação da região, porém, é bem mais antigo, e, segundo o literato Ulysses Lins de Albuquerque – que, em sua clássica trilogia “Moxotó Brabo”, “Três Ribeiras” e “Um Sertanejo e o Sertão”, procedeu a um registro do passado local –, remonta ao século XVII.
As terras da ribeira do Moxotó – em língua nativa: “rio de índios bravios” – foram inicialmente concedidas em sesmaria ao ouvidor Cristóvão de Burgos e Contreiras: cerca de dez léguas, cinco para cada lado do rio, inseridas entre os atuais municípios de Sertânia e Iguaracy. A partir de 1658, porém, novas doações seriam realizadas na região, desrespeitando a original.
Neste ano, os Ávila receberiam outras dez léguas entre os rios Pajeú e Moxotó, que passava a servir de limite aos vastíssimos domínios da Casa da Torre em Pernambuco. Em 1688, nova concessão, desta vez em dois lotes: o primeiro ao norte, entre as cabeceiras, em Sertânia, e o curso médio, doado a João Alves Pereira, Manoel da Cunha Moreno, Amaro Fernandes Tinoco, Manoel Gonçalves e Domingos Fernandes; e o segundo ao sul, até a foz, oferecido a João Peixoto Vilela, João Pereira Campos e João Pereira Pacheco. O primeiro trecho acabaria transmitido à Congregação do Oratório.
Pelos idos de 1750, a família Burgos, sentindo-se prejudicada em seus direitos, obteve do Tribunal da Relação da Bahia decisão favorável à sua propriedade, exigindo a respectiva reintegração de posse. A essa altura, já havia se instalado ali o mestre-de-campo português Pantaleão de Siqueira Barbosa, que, chefiando uma entrada a partir do rio de São Francisco, alcançara a região por volta de 1738.
Pantaleão adquiriu dos oratorianos a Fazenda Poço da Cruz, no atual município de Ibimirim, onde fincou um cruzeiro de madeira e se estabeleceu, fundando a primitiva povoação de Jeritacó, no entorno da capela de Santa Ana – cuja invocação homenageava sua esposa, Ana Leite de Oliveira. A antiga Jeritacó acabaria, porém, submersa quando da construção do Açude Poço da Cruz.
Além do Poço da Cruz, muitos outros currais foram surgindo nos controversos domínios das sesmarias do Moxotó, entre as quais: Poço do Boi, Olho d’Água do Sabá, Gameleira, Manari, Puiú, Quiridalho, Piutá, Pipipã e Cachoeira do Rio São Francisco (Paulo Afonso).
Ainda entre os primeiros povoadores da região, contam-se os irmãos portugueses Manoel Ferreira dos Santos, Amaro Ferreira dos Santos e Raimundo Ferreira de Brito, este casado com Leandra Nunes de Vasconcelos; que igualmente devem ter adquirido a sua Fazenda Mata, nas nascentes do Moxotó, dos oratorianos.
Raimundo e Leandra eram os pais de Catarina Ferreira dos Santos, que veio a se casar com Antão Alves de Souza, boiadeiro natural de Vitória de Santo Antão. Os pais de Catarina doaram ao casal uma sorte de terras, para que nela os jovens pudessem começar a vida.
Tocou ao casal a região da lagoa de baixo – em contraposição a outras duas que existiam acima –, um alagado às margens do intermitente Moxotó, posteriormente desaparecido, soterrado após as periódicas enchentes do rio. Antão e Catarina preferiram fixar-se a uns 300m ao sul da lagoa, em uma elevação a 58m do nível do rio, onde ergueram sua morada e iniciaram a sua fazenda de criação: a Fazenda Alagoa de Baixo.
Devoto de Nossa Senhora da Conceição, em 1810, Antão procedeu à doação de uma légua quadrada de terras para patrimônio de uma capela rústica, que fez erguer vizinha à sua residência, entre 1810 e 1830, em estilo colonial, com uma única torre sineira. Em seu entorno, e a reboque de uma feira de gado, foi surgindo a povoação, ao longo da “Rua Velha”.
Pouco a pouco, à família dos fundadores, foram se agregando outras, vindas de lugares os mais diversos, que continuaram florescendo o lugar a ponto de, em 1842, ele já fazer jus ao predicamento de freguesia.

Fonte do histórico: SERTÂNIA (PE). Prefeitura. Disponível em: https://www.sertania.pe.gov.br/cidade. Acesso em: 14 nov. 2024.

Formação administrativa: Distrito criado com a denominação de Alagoa de Baixo, pelas Leis Provinciais n.º 93, de 04-05-1842, e 639, de 03-06-1865, Lei Municipal n.º 52, de 03-08-1892, subordinado ao município de Cimbres.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Alagoa de Baixo, pela Lei Provincial nº 1.093, de 24-05-1873, desmembrado de Cimbres. Instalado em 29-04-1878.
Elevado à condição de cidade e sede do município com a denominação de Alagoa de Baixo, pela Lei Estadual n.º 991, de 01-07-1909.
Pela Lei Municipal de 15-10-1909, é criado o distrito de Custódia e anexado ao município de Alagoa de Baixo.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: Alagoa de Baixo e Custódia.
Pela Lei Estadual n.º 1.931, de 11-09-1928, é desmembrado do município de Alagoa de Baixo o distrito de Custódia. Elevado à categoria de município.
Pelas Leis Municipais n.º 39, de 02-04-1919, e n.º 96, de 18-01-1929, é criado o distrito de Algodões e anexado ao município de Alagoa de Baixo.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Alagoa de Baixo e Algodões.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 4 distritos: Alagoa de Baixo, Algodões, Henrique Dias (ex-Tigre) e Rio da Barra.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 952, de 31-12-1943, o município de Alagoa de Baixo passou a denominar-se Sertânia.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município, já denominado Sertânia é constituído de 4 distritos: Sertânia, Algodões, Henrique Dias e Rio da Barra.
Pela Lei Municipal n.º 133, de 14-02-1953, é criado o distrito de Albuquerque Né, criado com terras do distrito de Rio da Barra e anexado ao município de Sertânia.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 5 distritos: Sertânia, Albuquerque Né, Algodões, Henrique Dias e Rio da Barra.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023.

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