ID: 3146
Código municipal: 3553906
Município: Tarabai
Estado: São Paulo - SP
Assuntos: São Paulo (Estado); São Paulo (SP)
Gentílico: tarabaiense

Histórico: Quando a família de João Pereira da Silva chegou nesta região da Alta Sorocabana, em 1937, deparou-se com densa mata. O pioneiro veio de Bom Jardim, Pernambuco, com sua mulher, Ana Raimunda da Conceição, e os filhos Antônio, Isabel, Elísio, Maria, Edésio, Euclides, José Pereira e Maria Luiza. O primeiro endereço da família, em 1936, foi num sítio comprado de Alvino Gomes Teixeira, engenheiro da Prefeitura de Presidente Prudente. A propriedade era no bairro prudentino do Limoeiro.
A chegada em Tarabai foi um ano depois, em um sítio de oito alqueires, onde a família Pereira da Silva produzia algodão, arroz, milho, feijão, entre outros alimentos para subsistência. "Só precisávamos comprar carne, café e açúcar", lembra Elísio.
O chefe da família morreu três anos depois e Elísio assumiu o trabalho na roça. "Não parava de trabalhar. Minha mãe levava almoço e café na lavoura," conta Elísio.
Ele se lembra que na zona rural concentrava-se a maior quantidade de moradores. A maioria compunha-se de nordestinos, em busca de terra fértil e clima apropriado para o cultivo de alimentos, migrantes fugidos do castigo da seca. "Na cidade não havia quase ninguém. Os poucos moradores eram italianos. Por isso, chamavam o lugar de Nova Itália", conta o pioneiro.
Elísio diz que o patrimônio começou em 1939. "Antes, a mata tomava conta quase de tudo. O primeiro grande negócio foi fechado entre o italiano João Boff e Emílio Badan".
João Boff morava em Pompéia (SP) e comprou 30 alqueires de terra de Emílio Badan, que morava em Presidente Prudente. O italiano dividiu a área em 500 lotes, onde fundou uma vila.
João Boff iniciou a construção de sua casa em 15 de agosto de 1939. "Neste ano, Getúlio Vargas, por causa da 2ª Guerra Mundial, proibiu o uso do nome Itália no Brasil. A perseguição fez João Boff desistir de morar na vila. Ele voltou para Pompéia," afirma Elísio.
Os 500 lotes foram vendidos para o espanhol Ulpiano Sevilha, que mudou de Birigui (SP) com sua mulher, Beatriz Grima, e os filhos Roque e Paulo, em 1941. João Boff retornou a Pompéia, onde também foi fundador.
"Primeiro vieram meu irmão Paulo e dois amigos dele, André e José Buzinhani. Eles derrubaram mata e construíram uma casa. Meu pai, minha mãe e eu só mudamos depois de um ano", lembra Roque.
De acordo com ele, a casa da família Sevilha era a quinta do município. "Todas as residências eram de madeira, localizadas na rua Sete de Setembro. Na vila tinha a casa do Augusto, onde hoje é o Idagawa, a casa de Ângelo Vinha, do Argemiro, proprietário da única padaria, do Tenório, dono de um armazém e do Henrique, pai do Lázaro, conhecido por mudinho", diz Roque Sevilha.
Ulpiano Sevilha teria de mudar o nome da vila por causa da proibição do governo federal. Então, optou por Nova América. O progresso foi lento até 1944 em Nova América. A base econômica era a agricultura rudimentar. Entretanto, a partir desta data começa aumentar o número de famílias que mudavam para Nova América, impulsionando o crescimento da vila. Migrantes nordestinos, vindos de Pernambuco, Ceará, Paraíba, Minas Gerais, entre outros, e imigrantes japoneses, italianos e espanhóis, escolheram a região para morar.
Na opinião de João Mendes Barreto, o fretista Otaliano, motorista de um pau de arara, foi o maior divulgador de Nova América no Nordeste. "Ele levava mercadorias, como tecidos e carne seca, para vender no Nordeste. Na volta, trazia o caminhão cheio de nordestinos".
Jalon Bernardo da Costa chegou de Alagoas naquele ano, com sua mãe, Maria Bernardo da Costa e seus irmãos, José, Jurita, Hilda, Genauro, Genilda, Jaime e João Batista. "Arrendamos a fazenda Rebojo por cerca de dois anos, onde produzíamos algodão, milho, feijão e outras culturas. Os moradores da zona rural eram quase todos nordestinos. Havia poucos japoneses," conta.
Por falta de estrada, os agricultores não podiam vender o excedente da produção aos grandes centros. Por isso, os produtos estragavam-se, com as chuvas.
De acordo com ele, na zona urbana havia cerca de 10 casas de madeira e poucos estabelecimentos comerciais, entre os quais o armazém de Rafael Calvo, que vendia secos e molhados, onde hoje funcionam o supermercado São Rafael, e a casa Sepa, propriedade de Antenor, ambos na rua Sete de Setembro," diz Jalon.
Elísio conta que na rua Sete de Setembro ficava a estrada Brasileira, acesso a Paranavaí (PR). "Uma companhia de baianos abriu a estrada," completa
Outro pioneiro que chegou em 1937 foi Elpídio Clementino de Souza. Ele e a família, composta por sua mulher, Minervina Pereira de Souza, e quatro filhos, mudaram de Pernambuco para Regente Feijó em 1936. O segundo endereço na região foi na zona rural de Pirapozinho. Um no depois, Elpídio, sua mulher e os filhos vieram para o bairro Jorge Neves, em Pirapozinho. A família arrendou o sítio São Jorge. "Aqui era só mata," afirma o filho Edivaldo.
Pedro Vicente de Araújo, casado com Minervina Bezerra de Araújo veio para Tarabai em 7 de setembro de 1946. O casal e os filhos, Orci, Florinda, Vicente Ferré, Marinho, Nely, Nagibe, Alcinda, Ivone, José Pedro, Idílio e Heitor, moraram durante dois anos no sítio Ipê, em Pirapozinho, e mudaram para o Sítio São Vicente, em Tarabai, à época Nova América. Até 1952 a família Araújo cultivava algodão, arroz, milho e feijão.

Fonte do histórico: TARABAI (SP). Prefeitura. Disponível em: http://www.tarabai.sp.gov.br/?pag=T1RjPU9EZz1PVFU9T0dVPU9HST1PVEE9T0dFPU9HRT0=&idmenu=214. Acesso em: 19 mar. 2024.

Formação administrativa: Distrito criado com a denominação de Tarabai, pela Lei Estadual n.º 2.456, de 30-12-1953, subordinado ao município de Pirapozinho.
Em divisão territorial datada de I-VII-1955, o distrito de Tarabai figura no município de Pirapozinho
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Elevado à categoria de município com a denominação de Tarabai, pela Lei Estadual n.º 8.092, de 28-02- 1964, desmembrado do município de Pirapozinho. Sede no antigo distrito de Tarabai. Constituído do distrito sede. Instalado em 31-03-1965.
Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial de 2023.

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