ID: 2801
Código municipal: 5002308
Município: Brasilândia
Estado: Mato Grosso do Sul - MS
Assuntos: Brasilândia (MS); Mato Grosso do Sul
Gentílico: brasilandense

Histórico: A história de Brasilândia começa com a construção da Estrada de Ferro Noroeste Brasil – NOB, quando ela adentrou o solo sul-mato-grossense no ano de 1914. Naquela época, Brasilândia não tinham nenhum traço urbanístico. O local era coberto por matas e cerrados e era habitada pelos indígenas Ofaié, que foram chamados pelos colonizadores inadequadamente de Xavante. A região toda pertencia a Santana de Paranaíba, e Três Lagoas ainda era apenas Distrito.
De acordo com o artigo publicado no ano de 1998 pelo historiador Carlos Alberto dos Santos Dutra, os estudos até então realizados sobre a história do município, diziam que a empresa instalada na região pertencia aos ingleses. Mas após anos de estudo, chegou-se a conclusão de que, na verdade, os donos das terras naquela época eram os americanos.
“Em 1919, a empresa norte-americana, conhecida na região como firma inglesa da marca Argola, The Brazil Land Cattle and Packing Company, adquiriu cerca de 800 mil hectares de terras na margem direita do rio Paraná. Dedicou-se inicialmente a criação de cavalos - que as onças se encarregaram de devorar a todos, atraídas pelo sabor adocicado da espécie exótica.” (DUTRA, C.A.S. O mendigo das estrelas, crônicas brasilandenses, São Paulo: Scortecci, 2005).
Anos depois, os americanos seguiram o exemplo dos campos da Vacaria do Sul, em que a empresa começou a importar gado bovino do tipo hereford e shourton européia. Depois houve a substituição dessas raças por gado da raça zebu, importado da região sudeste da Índia (Nelore), que tinha porte maior e mais resistente ao tempo e às doenças, e que depois, firmou-se na região como o produto de maior importância.
Após a Segunda Guerra Mundial, o então Presidente Eurico Gaspar Dutra, em meados de 1947 e 1948, tomou posse das terras de muitos estrangeiros entre eles foram os americanos da empresa Brasil Land. A desapropriação foi feita pela Superintendência das Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional - SEIPAN, que se encarregou de promover, a partir de 1949, a distribuição de terras não exploradas economicamente, através de programa de colonização. Quando ocorreu a incorporação, o Governador de Mato Grosso Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo, solicitou para que se procedesse à doação dessas áreas para promover colonização. Os pedidos foram veementemente negados pelo presidente Dutra.
Considerando ser uma área extensa, de terras, manifesta interesse para a aquisição destas terras os Senhores Arthur Hoffig e Alberto Amin Madi, como sócios, proponentes compradores. O Governo, interessado na venda, realizou então a procedência. Os sócios adquiriram milhares de hectares destas terras, mas Alberto Madi, não acreditando muito na produtividade dessas áreas e de seus valores férteis, resolveu negociar sua parte ao outro comprador, e assim o fez, vendeu-a, e daquela data em diante o Sr. Arthur Hoffig se tornou o único proprietário de toda essa área de terras.
Várias firmas particulares foram criadas durante as vendas imobiliárias, uma delas foi Companhia Boa Esperança Comércio de Terras e Pecuária S/A - COTERP inaugurada pelo Sr. Arthur Hoffig que com escritório em Panorama (SP), foi responsável pela documentação e divisão das terras para a construção da cidade.
O rio Paraná sempre foi a via de navegação mais utilizada pelas monções, em que nas antigas expedições, descendo e subindo os rios, trazia melhorias e progressos as margens de Mato Grosso. A partir de 1905 o rio já era utilizado constantemente pela Companhia de Viação São Paulo-Mato Grosso, que dava suporte comercial às principais cidades ribeirinhas do lado paulista e do lado mato-grossense. O povoado de Porto João André surgiu nessa época, na qual se tornou uma importante via de acesso à futura cidade de Brasilândia.
De acordo com os estudos realizados pelo historiador Carlito Dutra, o Censo de 1940 registrava neste porto, um pequeno povoado de Brasilândia, uma população de 147 pessoas na zona urbana.
Através de uma atitude ousada do Sr. Arthur Hoffig, o seu sonho começou a se tornar real em meados de 1957, quando doou parte de seu patrimônio para a composição de algumas ruas e uma praça central. Fincou-se no local mais alto da cidade uma cruz que passou ser conhecida como Cruzeiro, que marcou a fundação da religiosidade através de uma missa campal realizada pelo Padre João Thomes, do município de Três Lagoas.
Considerando que a área se originou de uma Companhia Americana Brazil Land Catle Co., o Sr. Arthur Hoffig determinou para que se fizesse um estudo, e que fosse dado a essa área de terras férteis um nome que lembrasse a sua origem, e assim procederam com a palavra Brasil, com a palavra Land, acrescentaram um sufixo ia, ficando Landia, e concluíram finalmente pela junção das duas palavras modificadas, mas com omissão de um L, ficando então Brasilândia.

Fonte do histórico: BRASILÂNDIA (MS). Prefeitura. Disponível em: https://www.brasilandia.ms.gov.br/portal/servicos/1004/historia-do-municipio/. Acesso em: 6 fev. 2025.

Formação administrativa: Distrito criado com a denominação de Brasilândia, pela Lei Estadual n.º 1.510, de 12-07-1961, subordinado ao município de Três Lagoas.
Elevado à categoria de município com a denominação de Brasilândia, pela Lei Estadual n.º .1970, de 14-11-1963, desmembrado do município de Três Lagoas. Sede no atual distrito de Brasilândia. Constituído de 2 distritos: Brasilândia e Xavantina, ambos desmembrados do município de Três Lagoas. Instalado em 25-04-1965.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: Brasilândia e Xavantina.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979.
Pela Lei Estadual n.º 808, de 18-12-1987, é desmembrado do município de Brasilândia o distrito de Xavantina. Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Rita do Pardo.
Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 2 distritos: Brasilândia e Debrasa.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2024.

Download

Download não disponível.

O acervo físico encontra-se temporariamente indisponível para consultas em razão de obras no Centro de Documentação e Disseminação de Informações - CDDI.